Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4919
Tipo do documento: Tese
Título: Ocorrência e distribuição espacial e temporal das larvas de anuros (Amphibia) em diferentes sistemas aquáticos da Ilha Grande (Rio de Janeiro)
Título(s) alternativo(s): Occurrence and spatial and temporal distribution of anuran larvae (Amphibia) in different aquatic systems of Ilha grande (Rio de Janeiro)
Autor: Carneiro, Pedro Cavalcanti Fatorelli 
Primeiro orientador: Rocha, Carlos Frederico Duarte da
Primeiro membro da banca: Buchas, Rosana Mazzoni
Segundo membro da banca: Silva, Hélio Ricardo da
Terceiro membro da banca: Vricibradic, Davor
Quarto membro da banca: Kiefer, Mara Cíntia
Resumo: Os girinos dos anuros podem ocorrer em inúmeros tipos de sistemas hídricos, desde ambientes relativamente simples e previsíveis, como na água acumulada em epífitas ou uma poça temporária, até hábitats aquáticos permanentes mais complexos, como os riachos. A interação entre os fatores ambientais bióticos e abióticos existentes nesses diferentes ambientes com os fatores históricos é essencial para explicar a estrutura das comunidades dessa fase de vida dos anuros. O entendimento sobre como estes fatores atuam e sua importância nos conduz a uma maior compreensão do que parece influenciar positivamente ou negativamente o estabelecimento dos girinos nos seus diferentes ambientes. Inicialmente, fornecemos uma discussão detalhada da importância desses fatores. Em seguida, avaliamos a estrutura da assembléia dos girinos e a sua estratégia de ocupação espacial e temporal em relação ao uso de diferentes sistemas aquáticos, temporários e permanentes (poças, terrenos alagados, riachos e ambientes artificiais) em uma área de Mata Atlântica na Ilha Grande (Rio de Janeiro). Posteriormente, propomos um experimento para avaliar como os girinos característicos de diferentes tipos de habitats hídricos respondem à condição adversa de ausência de água livre. Depois, é sugerida uma chave artificial de identificação para os girinos da Ilha Grande, com base nas espécies contempladas neste estudo. Por fim, apresentamos a descrição do girino de Proceratophrys tupinamba, provendo algumas informações sobre sua distribuição temporal e uso de microhabitats. Registramos girinos de 12 espécies de anuros, o que correspondeu a 71% dos anfíbios da Ilha Grande com larvas exotróficas em ambientes aquáticos. O espectro de habitats hídricos utilizados variou consistentemente entre as espécies. Girinos de Aplastodiscus eugenioi e Scinax trapicheiroi foram aqueles que utilizaram a maior quantia de tipos de habitats, ambos com cinco registros. A maioria das espécies teve suas maiores abundâncias em um ou dois tipos de corpos d água onde ocorreu, portanto poucas destas espécies demonstram ter sido generalistas no uso de tipos de habitats aquáticos. A maior riqueza de espécies ocorreu em poças temporárias, em riachos intermitentes e no ambiente antropizado da calha artificial. Quando consideramos em termos de habitats hídricos, a maior riqueza ocorreu nas poças temporárias, nos riachos intermitentes, nos riachos permanentes e na calha artificial. Em nem todos os meses um determinado tipo de recurso hídrico manteve a sua riqueza máxima de girinos. Observamos que um mesmo tipo de sistema hídrico pode comportar espécies típicas de ambientes lênticos e outras adaptadas a ambientes lóticos, dependendo da estrutura em que o corpo d água apresenta naquele período, como os riachos intermitentes, por exemplo. Entre os fatores abióticos medidos, o PH, o oxigênio dissolvido, a correnteza, a largura e a profundidade dos corpos d água explicaram de forma mais importante a ocorrência e abundância das diferentes espécies de girinos. Portanto, consideramos que fatores ecológicos desempenham um importante papel na determinação da distribuição de girinos dentro e entre habitats que estes organismos ocupam. O experimento proposto mostrou que os tempos de sobrevivência entre as onze espécies contempladas e também entre os indivíduos de diferentes tamanhos em uma mesma espécie variaram consideravelmente. Isto é sugestivo de que estas espécies apresentam diferentes estratégias para tolerar uma condição de independência de água livre. Os fatores que pareceram mais influenciar negativamente na sobrevivência dos girinos foram: hábito nectônico, pequeno tamanho dos indivíduos, ocupação de ambientes lênticos e temporários e modo reprodutivo não-especializado. Alternativamente, os girinos com melhor desempenho em uma condição de independência de água livre foram de espécies de tamanho comparativamente grande ou médio, ocuparam preferencialmente ambientes lóticos e permanentes, apresentaram modos reprodutivos especializados e os hábitos dos girinos foram principalmente bentônicos. Neste contexto, pode se conjecturar que os girinos das espécies que utilizam ambientes permanentes sejam mais resistentes à condição de independência de água livre do que aquelas de habitats efêmeros. Considerando especial atenção para a biodiversidade dos anfíbios, a Ilha Grande apresenta uma elevada concentração de espécies endêmicas. Esta respeitável diversidade de anfíbios para a área estudada está relacionada com a cobertura vegetal de Mata Atlântica e a grande quantidade de corpos d água na Ilha, tanto temporários quanto permanentes. A influência destas condições favoráveis para os anfíbios na região está demonstrada também na diversidade de modos reprodutivos, onde 13 dos 39 modos reprodutivos já descritos foram notados para os anfíbios da Ilha Grande. Este conjunto de fatores reafirma esta como uma das mais importantes áreas para a conservação da biodiversidade de anfíbios para o estado do Rio de Janeiro. Comparando a descrição do girino de Proceratophrys tupinamba com P. appendiculata, observamos algumas diferenças na proporção do corpo. Os girinos da espécie descrita foram mais abundantes durante a estação chuvosa (outubro-março), sendo esta distribuição positivamente relacionada com a precipitação média mensal. Os girinos são bentônicos e ocorrem mais frequentemente em porções de menor correnteza do riacho. Eles foram encontrados com maior freqüência expostos na areia, que também representou o microhabitat mais disponível entre aqueles no córrego estudado.
Abstract: Tadpoles can be found in a number of different aquatic habitats, ranging from relatively simple predictable ecosystems such as bromeliad tank and temporary ponds, to permanent complex ecosystems like streams and rivers. Knowing about the interactions between biotic and abiotic within these habitats is crucial to understand how tadpole communities are structured. Understanding how these factors work and its importance leads to better discerning of what seems positively or negatively influence the establishment of tadpoles in their different environments. Initially, we provide a detailed discussion of the importance of these factors. Next, we evaluate the structure of the assembly of the tadpoles and their strategy of spatial and temporal occupancy in relation to the use of different aquatic systems, temporary and permanent (puddles, flooded land, streams and artificial environments) in an Atlantic Forest area in Ilha Grande (Rio de Janeiro). Subsequently, we propose an experiment to evaluate how tadpoles characteristic of different types of water habitats respond to adverse conditions of absence of free water. Then it is suggested an artificial key to the tadpoles of the Ilha Grande, based on the species covered in this study. Finally, we present the description of the tadpoles of Proceratophrys tupinamba, and provide information on its temporal distribution and microhabitat use. We recorded 12 species of tadpoles, which corresponded to 71% of amphibians of the Ilha Grande with exotrophic larvae in aquatic environments. The spectrum of habitats used varied consistently between species. Tadpoles of Aplastodiscus eugenioi and Scinax trapicheiroi used the greatest amount of habitat types, both with five records. Most species had their highest abundance in one or two types of water bodies where it occurred, so few of these species have been demonstrated to be generalists in the use of aquatic habitats. The highest species richness was found in temporary ponds, in intermittent streams and anthropic environment in the artificial gutter. When considered in terms of water habitats, the richest places were temporary pools, intermittent streams, permanent streams and the artificial gutter. It was not every month that a certain type of water resource maintained its maximum richness of tadpoles. We observe that the same type of water system may include species typical of lentic and lotic environments adapted to other, depending on the structure in which the water body has at that time, such as intermittent streams, for example. Among the abiotic factors measured, the pH, dissolved oxygen, the current, the width and depth of the water bodies more importantly explained the occurrence and abundance of different species of tadpoles. Therefore, we believe that ecological factors play an important role in determining the distribution of tadpoles within and among habitats that these organisms occupy. The proposed experiment showed that the survival times between covered eleven species and between individuals of different sizes in the same species varied considerably. This is suggestive that these species have different strategies to tolerate a condition of independence of free water. The factors that seemed most negative influence on survival of tadpoles were nektonics habit, small individual size, occupation of lentic and temporary habitats and nonspecialized reproductive mode. Alternatively, tadpoles with better performance in a condition of independence of free water were species comparatively large or medium size, that occupied mainly permanent lotic habitats, presented specialized reproductive modes and the tadpoles were mainly benthic. In this context, we can surmise that the tadpoles of species that use permanent environments are more resistant to the condition of independence of free water than those of ephemeral habitats. Noting with particular attention to the biodiversity of amphibians, theIlha Grande has a high concentration of endemic species. This respectable amphibian diversity in the study area is related to the canopy of Atlantic Forest and the large amounts of water bodies on the island, both temporary and permanent. The influence of these favorable conditions for amphibians in the region is also demonstrated in the diversity of reproductive modes, where 13 of the 39 reproductive modes described were noted for the amphibians of the Ilha Grande. These factors reaffirm this as one of the most important areas for biodiversity conservation of amphibians in the state of Rio de Janeiro. Comparing the description of the tadpole of Proceratophrys tupinamba with P. appendiculata, we observed some differences in the proportion of the body. Tadpoles of the species described were more abundant during the rainy season (October to March), this distribution is positively related to average monthly precipitation. The tadpoles are benthic and occur more often in lower stream portions of the creek. They were found more frequently exposed in the sand, which also represented the most microhabitat among those available in the stream studied.
Palavras-chave: Amphibians anurans
Tadpoles
spatial and temporal distribution
Environmental factors
Independence of free water
Taxonomic key for tadpoles
Morphological description
Ilha Grande
Atlantic Forest
Girino - Ilha Grande, Baía da (RJ)
Anuro - Ilha Grande, Baía da (RJ)
Ilha Grande, Baía da (RJ) - Condições ambientais
Anfíbios anuros
Girinos
Distribuição espacial e temporal
Fatores ambientais
Independência de água livre
Chave taxonômica para girinos
Descrição morfológica
Ilha Grande
Mata Atlântica
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::ECOLOGIA::ECOLOGIA DE ECOSSISTEMAS
Idioma: por
País: BR
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Programa: Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução
Citação: CARNEIRO, Pedro Cavalcanti Fatorelli. Ocorrência e distribuição espacial e temporal das larvas de anuros (Amphibia) em diferentes sistemas aquáticos da Ilha Grande (Rio de Janeiro). 2011. 200 f. Tese (Doutorado em Ecologia e Evolução) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4919
Data de defesa: 23-Fev-2011
Aparece nas coleções:Doutorado em Ecologia e Evolução

Arquivos associados a este item:
Arquivo TamanhoFormato 
Tese_Pedro Carneiro.pdf9,52 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.