Exportar este item: EndNote BibTex

Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6161
Tipo do documento: Tese
Título: Bruxaria do início ao fim: o Humanitismo como projeto filosófico-(meta)ficcional de Machado de Assis
Título(s) alternativo(s): Whithcraft from beggining to the end: the Humanitism as Machado de Assis' philosophical-(meta)fictional project
Autor: Oliveira, Bruno Lima 
Primeiro orientador: Moriconi Júnior, Italo
Primeiro membro da banca: Krause, Gustavo Bernardo Galvão
Segundo membro da banca: Motta, Marcus Alexandre
Terceiro membro da banca: Figueiredo, Eurídice
Quarto membro da banca: Bastos, Adauri Silva
Resumo: Machado de Assis, nosso principal escritor, recebe comumente a alcunha de bruxo do Cosme Velho. O presente trabalho visa evidenciar sua principal bruxaria, qual seja, a de tornar a literatura real, problematizando os conceitos de realidade e ficção. A obra do escritor, à luz da teoria estética de Adorno, pretende elevar a ficção como forma de conhecimento tão importante como quaisquer outras, seja o saber científico, filosófico etc. Para tanto, dá vida a seus personagens, reais porque estéticos, a partir de Memórias póstumas de Brás Cubas, livro escrito, de "outro mundo", por um sujeito que não é mais sujeito e que apresenta um dos axiomas que norteará a pesquisa: A obra em si mesma é tudo. Desse modo, o defunto-autor, da eternidade, desloca-se espacial, temporal e ontologicamente como conduta adequada para pôr em xeque a realidade e realçar a transmissão de conhecimento oferecido pela ficção. O Humanitismo, paradoxalmente, será, portanto, compreendido, para além da filosofia de Quincas Borba, como um projeto literário do próprio Machado de Assis, que atravessa toda a sua obra, desde Ressurreição até Memorial de Aires, configurando um work in progress. A primeira pessoa empregada pelo memorialista Brás Cubas, , em acordo com o projeto encomiástico a favor da ficção, enseja a crítica à noção de sujeito, em diálogo com Nietzsche, no sentido de que a narrativa, inerentemente ficcional, é tudo, incluindo os sujeitos ou que se narram ou que figuram como personagens, sem voz autoral. A colaboração de Machado ao pensamento do alemão suplanta-o, uma vez que Humanitas, "o princípio das coisas, não é outro senão o mesmo homem repartido por todos os homens". Em adição à hipótese a favor da ficção, complementa-a a ideia de que o Emplasto Brás Cubas, ideia maravilhosa do finado memorialista, cuja função é curar a humanidade da hipocondria, é o próprio ato de narrar. Assim, a tese que se apresenta defende ser o Emplasto a metaficção machadiana, perpassando, igualmente, toda a obra do bruxo e, assim, "unificando" o autor Machado de Assis, comumente repartido em Machadinho e Machadão pela crítica especializada. Este existe em continuidade àquele. Ambos são um, o mesmo ente, repartido, como ocorre em sua obra. O Humanitismo é uma filosofia ficcional que surge, com potência, a partir de Memórias póstumas, mas é possível, textualmente, verificar sua gênese nos romances do primeiro Machado. É em continuidade que são escritos os romances do escritor, metaficcionalmente, como a leitura da importância do Emplasto para a arquitetura romanesca ora defendida. A metaficção, todavia, transcende a obra machadiana e recupera, dialogicamente, textos canônicos da literatura universal, em perpétua emulação, da origem dos séculos até a eternidade − em síntese, tudo já estava na ficção desde sempre.
Abstract: Machado de Assis, our greatest writer, is commonly known as Wizard of Cosme Velho (Bruxo do Cosme Velho). This paper aims at evidencing his main witchcraft, which is to turn Literature real, problematizing the concepts of reality and fiction. The writer s work, in the light of Adorno's Aesthetic Theory, intends to elevate fiction as a form of knowledge as important as any other, whether it be scientific, philosophical, etc. To do so, he gives life to his characters, real for they are aesthetical, since Posthumous Memoirs of Brás Cubas (Memórias póstumas de Brás Cubas), a book that was written, from another world , by a being that can no longer be considered one, and who presents one of the axioms that will guide this research: The work itself is everything. Thus, the defunct-author, from eternity, moves spatially, temporally and ontologically as an adequate conduct to put reality under threat and to enhance the transmission of knowledge offered by fiction. Paradoxically, the Humanitism will be understood, therefore, beyond Quincas Borba s philosophy; it will be understood as Machado de Assis own literary project, which intersects all his work, from Resurrection (Ressurreição) to Counselor Ayres' Memorial (Memorial de Aires), characterizing a work in progress . The first person singular employed by the memoirist Brás Cubas, according to the encomiastic project in favor of fiction, enables the criticism to the notion of being, in dialogue with Nietzsche, in the sense that the narrative, inherently fictional, is everything, including the beings who narrate and play they own roles as characters, with no authorial voice. Machado's collaboration on the German philosopher s thought supplants him, since Humanitas states that "the principle of things is nothing but the same man divided by all men". In addition, the hypothesis in favor of fiction is complemented by the idea that Brás Cubas Plaster (Emplasto Brás Cubas) − the wonderful idea of the defunct memoirist, and whose function is to cure humanity of hypochondria − is the very act of narrating. Therefore, the thesis that stands for the fact that Machado s plaster is a machadian metafiction that permeates, in equal measure, the entire work of the wizard. This literary choice "unifies" Machado de Assis, commonly divided into Machadinho and Machadão by critics. The latter exists in continuity with the former. Both are one, the same entity, divided, as it occurs on his work. Humanitism is a fictional philosophy that emerges, with power, from Posthumous Memories of Brás Cubas, but it is possible, in textual terms, to verify its genesis in the novels of Machadinho. It is in continuity that the novels of the writer are metaficcionally written, such as the reading of the importance of the Plaster to the romanesque architecture now defended. Metafiction, however, transcends Machado's work and recovers, dialogically, canonical texts of the universal literature, in perpetual emulation, from the beginning of the ages to eternity − shortly, everything has always been in fiction.
Palavras-chave: Fiction
Humanitism
Plaster
Being
Assis, Machado de, 1839-1908 Crítica e interpretação
Literatura e filosofia
Sujeito (filosofia) na literatura
Metaficção
Assis, Machado de, 1839,1908. Memórias póstumas de Brás Cubas
Assis, Machado de, 1939-1908. Quincas Borba
Machado de Assis
Ficção
Humanitismo
Emplasto
Sujeito
Área(s) do CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LITERATURA COMPARADA
Idioma: por
País: BR
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Programa: Programa de Pós-Graduação em Letras
Citação: OLIVEIRA, Bruno Lima. Bruxaria do início ao fim: o Humanitismo como projeto filosófico-(meta)ficcional de Machado de Assis. 2017. 181 f. Tese (Doutorado em Literaturas de Língua Inglesa; Literatura Brasileira; Literatura Portuguesa; Língua Portuguesa; Ling) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6161
Data de defesa: 29-Mar-2017
Aparece nas coleções:Doutorado em Letras

Arquivos associados a este item:
Arquivo TamanhoFormato 
Bruno Lima Oliveira_tese.pdf1,1 MBAdobe PDFBaixar/Abrir Pré-Visualizar


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.