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Tipo do documento: Tese
Título: Pode chegar, sá menina : entre conversas, aspectos linguístico-identitários das comunidades rurais do 3º Distrito de Nova Friburgo
Título(s) alternativo(s): Pode chegar, sá menina : entre las conversaciones, los aspectos lingüísticos y de identidad de las comunidades rurales de 3º Distrito de Nova Friburgo
Autor: Dália, Jaqueline de Moraes Thurler 
Primeiro orientador: Valente, André Crim
Primeiro membro da banca: Henriques, Claudio Cezar
Segundo membro da banca: Azeredo, José Carlos Santos de
Terceiro membro da banca: Dias, Nilza Barrozo
Quarto membro da banca: Almeida, Maria Jussara Abraçado de
Resumo: Este trabalho se dedicou a investigar, no âmbito da Sociolinguística, a variedade dialetal das comunidades rurais do 3º Distrito de Nova Friburgo, partindo da hipótese de que nela havia uma arquicomunidade de fala. Pretendia-se identificar se a variedade falada pelas famílias agricultoras da região orientava-se para o prestígio ou para a manutenção da identidade, de acordo com os estudos de Labov (2008) e com os preceitos de comunidades de prática e de redes sociais. Para tanto, a Tese exigiu uma pesquisa bibliográfica em torno: da Sociolinguística; das discussões sobre o conceito de identidade e sua compreensão interdisciplinar; e da identidade linguística, sob o prisma da orientação e avaliação que o falante constrói sobre sua própria variante. Já no que tange ao levantamento de dados, foram realizadas 39 entrevistas com moradores do território analisado, contando com 19 representantes da faixa etária 1 ( >35 anos) e 22 da faixa etária 2 (<20 anos); 20 mulheres e 19 homens. A etnografia empregada na coleta de dados permitiu perceber a existência não de uma comunidade homogênea de fala, mas comunidades de prática em uma arquicomunidade que abarca sujeitos, especialmente os mais jovens, com redes de relações tão diversas que os fazem adaptarem suas próprias identidades. Os resultados demonstraram que a juventude domina mais de um código oral e tenta acioná-los de acordo com o contexto enunciativo. Essa ação aponta para duas conclusões: a geração mais nova, se não domina todas as regras da língua padrão, ao menos reconhece o ambiente em que sua variedade é aceita mais facilmente e conhece os mecanismos para adequar sua fala, mesmo que não consiga êxito em suas realizações; e, se há problemas com a aceitabilidade dessa variedade é porque ela sofre grande preconceito social. Assim, como provavelmente os mais velhos foram os que mais ficaram expostos a avaliação negativa de sua fala, eles reproduzem a estigmatização que sofreram (LABOV, 2008; CARDOSO, 2015). Ela parece funcionar como uma tática, já que é imposta (CERTEAU, 2008), na antecipação da valoração negativa que os moradores da região presumem ter o seu falar na sociedade, buscando, portanto, concordância, complementaridade com seu interlocutor (BORTONI-RICARDO, 2011). Já os jovens vivenciam o que Haesbaert (2011) chamou de hibridismo identitário e utilizam, como estratégia (CERTEAU, 2008) contra o preconceito, sua capacidade de acomodação e convergência de fala (BORTONI-RICARDO, 2011), configurando a heterogeneidade nos processos identificatórios pós-modernos, como previra Hall (2006). Todavia, as escolhas feitas não são sempre em função da resignação e, em algumas situações, podem ser compreendidas como resistência (BORTONI-RICARDO, 2011; LABOV, 2008; HALL, 2006) ou como uma aceitação revoltada (BOURDIEU, 2010). Essas conclusões se basearam no levantamento do uso dos aspectos linguísticos identitários na região e nas avaliações e atitudes dos próprios falantes. Caso o preconceito persista, há a disposição de se restringir a fala regional aos contextos íntimos e locais, a não ser que os jovens a utilizem como forma de resistência.
Abstract: El trabajo fue dedicado a investigar, como parte de la Sociolingüística, la variedad dialectal de las comunidades rurales de 3º Distrito de Nova Friburgo, en una hipótesis de tratarse de una arquicomunidad de habla. Se tenía la intención de identificar si la variedad hablada por los agricultores de la región fue guiada al prestigio o el mantenimiento de la identidad, según el estudio de Labov (2008) y los principios de las comunidades de prácticas y de las redes sociales. Por lo tanto, la tesis exigió una búsqueda bibliográfica en torno a: la Sociolingüística; las discusiones sobre el concepto de identidad y su comprensión interdisciplinaria; y la identidad lingüística, a la luz de la orientación y la evaluación de que el hablante se apoya en su propia variante. Ya en relación con los datos del estudio, hubo 39 entrevistas con los residentes del territorio analizado, con 19 representantes de grupo de edad 1 (> 35 años) y 22 de grupo de edad 2 (<20 años); 20 mujeres y 19 hombres. La Etnografía utilizada para recopilar datos permitió percibir la existencia de comunidades de práctica en una arquicomunidad con sujetos, especialmente los más jóvenes, que forman parte de diversas redes de relaciones que hacen a adaptarse a sus propias identidades. Los resultados mostraron que la juventud domina muchos códigos orales y ententa utilizarlos según el contexto comunicativo. Esta acción apunta a dos conclusiones: la generación más joven si no ha dominado todas las reglas del lenguaje estándar, al menos reconoce el entorno en el que se admita una variedad con mayor facilidad y conoce los mecanismos para ajustar su forma de hablar, incluso si no puede hacerlo con éxito en sus logros; y si hay problemas con la aceptabilidad de esta variedad es porque ella sufre un gran perjuicio social. Los hablantes de mayor edad fueron los que estuvieron más tiempo expuestos a las críticas negativas de su discurso y, por eso, reproducen el estigma que sufrieron (Labov, 2008; Cardoso, 2015). Eso parece formar parte de una táctica, ya que se la impuso (Certeau, 2008), a la espera de la valoración negativa que los locales presumen tener su variedad en la sociedad y por lo tanto buscan un acuerdo, una complementaridad con el entrevistador (Bortoni-RICARDO, 2011). Ya los jóvenes experimentan lo que Haesbaert (2011) ha llamado de hibridación de identidad y utilizan como estrategia (Certeau, 2008) contra los prejuicios, su capacidad de acomodación y la convergencia de voz (Bortoni-Ricardo, 2011), estableciendo la heterogeneidad en los procesos de identificación postmodernos, como predijo Hall (2006). Sin embargo, las decisiones tomadas no siempre se deben a la renuncia y, en algunas situaciones, puede ser entendida como resistencia (Bortoni-Ricardo, 2011; Labov, 2008; HALL, 2006) o como una aceptación enojada (Bourdieu, 2010). Estas conclusiones se basaron en el estudio de los aspectos lingüísticos de identidad de la región y de las evaluaciones y actitudes de los propios hablantes. Si el perjuicio persiste, hay una voluntad de restringir la variedad a contextos locales, a menos que los jóvenes la utilizen como una forma de resistencia.
Palavras-chave: Sociolingüística
Aspectos lingüísticos y de identidad
Evaluación lingüística
Comportamento verbal
Análise linguística
Identidade social (Nova Friburgo, RJ)
Interação social (Nova Friburgo, RJ)
Aceitação social
Sociolinguística
Aspectos linguístico-identitários
Avaliação linguística
3º Distrito de Nova Friburgo
Área(s) do CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LINGUA PORTUGUESA
Idioma: por
País: BR
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Programa: Programa de Pós-Graduação em Letras
Citação: DÁLIA, Jaqueline de Moraes Thurler. Pode chegar, sá menina : entre conversas, aspectos linguístico-identitários das comunidades rurais do 3º Distrito de Nova Friburgo. 2017. 206 f. Tese (Doutorado em Literaturas de Língua Inglesa; Literatura Brasileira; Literatura Portuguesa; Língua Portuguesa; Ling) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6172
Data de defesa: 27-Mar-2017
Aparece nas coleções:Doutorado em Letras

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