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http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6337
Tipo do documento: | Dissertação |
Título: | Meu nome não é ninguém: narrativa sobre excluídos na Literatura Brasileira Contemporânea: Cidade de Deus e Meu nome não é Johnny |
Título(s) alternativo(s): | "Mon nom n'est personne": narration sur les exclus à la littérature brésilienne contemporaine (Cidade de Deus e Meu nome não é Johnny) |
Autor: | Padilha, Martha Sertã ![]() |
Primeiro orientador: | Nuñez, Carlinda Fragale Pate |
Primeiro membro da banca: | Viegas, Ana Claudia Coutinho |
Segundo membro da banca: | Vieira, Martha Alkmin de Araújo |
Resumo: | O tema da exclusão social sempre esteve presente na Literatura Brasileira, porém, na virada do século XX para o XXI, ele ganha ainda mais relevo, através de narrativas realistas, chocantes, exacerbadas de violência e até anomia, que enfatizam a imagem dos excluídos. Cidade de Deus (Paulo Lins: 1997) e Meu nome não é Johnny (Guilherme Fiuza: 2004) focalizam a exclusão dos envolvidos com o narcotráfico. A despeito das diferenças entre as duas narrativas, os seus protagonistas entram em ação a partir da marginalidade; ganham autonomia, no cenário urbano, através da criminalidade, e se tornam ameaçadoramente visíveis, depois de uma histórica invisibilidade. O estudo das complexidades concernentes ao tratamento ficcional do tema se distribuiu, nessa dissertação, em três capítulos. No primeiro capítulo, as obras foram estudadas individualmente, em função da organização dos relatos no espaço narrativo. O segundo capítulo abordou a correlação entre geografia cultural e teoria da literatura, em suas considerações sobre a proeminência da categoria do espaço para o trabalho narratológico. Nessa perspectiva interdisciplinar, foram analisadas as paisagens ficcionais de ambos os romances e, em seguida, articulou-se o roteiro ficcional de cada romance com o pensamento de Foucault sobre os lugares heterotópicos. No terceiro capítulo, intertextualizando o binômio disciplinar geografia cultural e literatura com a filosofia, retroagiu-se aos filósofos idealistas alemães que teorizaram sobre o trágico e intuíram que a tragicidade não se manifesta apenas na tragédia, mas também em obras que lidam com a experiência do irrepresentável, da representação negativa e, em termos estéticos, do sublime. Conjugando as idéias de Hölderlin sobre o vislumbre do divino, de Schopenhauer sobre a metafísica da música, e de Nietzsche sobre a correlação entre o apolíneo e o dionisíaco, tragédia e música, chegou-se à conclusão de que ambas as narrativas incorporam produtivamente ao projeto ficcional duas metáforas absolutas (Hans Blumenberg) que dizem respeito à exclusão/inclusão: a cidade e o hipocorístico (Johnny), dois espaços um material, outro alegórico interativos, em ambos os romances. Em Meu nome não é Johnny, o percurso simbólico do protagonista o leva do sofrimento à redenção social e à inclusão (grandemente graças à atividade musical); em Cidade de Deus, a brutalização progressiva das relações humanas leva à erradicação de qualquer manifestação da sensibilidade, a uma cidade sem música e à permanência da exclusão |
Abstract: | Le thème de l exclusion sociale a toujours été présent dans la Littérature Brésilienne, pourtant, au tournant du XX siècle pour le XXI siècle, il a été encore plus évident, à travers les narrations réalistes, chocantes, à la violence exacerbée et, voire, l anomie, qui mettent en évidence l image des exclus. Cidade de Deus (Paulo Lins : 1997) et Meu nome não é Johnny (Guilherme Fiuza: 2004) focalisent l exclusion des personnes liées au narcotrafic. Malgré les différences entre les deux récits, leurs protagonistes agissent à partir de la marginalité, ils gagnent de l autonomie dans l espace urbain, par la criminalité, et deviennent terriblement visibles, après une invisibilité historique. L étude des complexités concernant le traitement fictionnel du sujet se divise, dans cette dissertation, en trois chapitres. Dans le premier chapitre, les oeuvres ont été étudiées individuellement, en fonction de l organisation des récits dans l espace narratif. Le deuxième chapitre a traité la relation entre la géographie culturelle et la téorie de la littérature, dans leurs considérations sur l importance de la catégorie de l espace pour le travail de narration. Dans cette perspective interdisciplinaire, les paysages fictionnels des romans ont été analysés et, ensuite, le schéma fictionnel de chaque roman a été articulé avec la pensée de Foucault sur les lieux hétérotopiques. Dans le troisième chapitre, dans le contexte du binôme disciplinaire géographie culturelle et littérature avec la philosophie, on a rétroagi aux philosophes idéalistes allemands qui ont théorisé sur le tragique et ont déduit que l expérience du tragique ne se manifeste pas seulement dans la tragédie, mais aussi dans les oeuvres qui ont un lien avec l expérience de ce que l on ne peut représenter, de la représentation négative et, en termes esthétiques, du sublime. Rassemblant les idées de Holderlin sur la connaissance du divin, de Schopenhauer sur la metaphysique de la musique et de Nietzsche sur le rapport entre l apollinien et le dionysiaque, la tragédie et la musique, on a conclu que les deux narrations incluent de façon productive au projet fictionnel deux metaphores absolues (Hans Blumenberg) qui renvoient à la notion exclusion/inclusion : la ville et l hypocoristique (Johnny), deux espaces un material, l autre alégorique interactifs, dans les deux romans. Dans Meu nome não é Johnny, le chemin symbolique du protagoniste l emporte de la souffrance à la rédemption sociale et à l inclusion (grâce aussi à l activité musicale) ; dans Cidade de Deus, la brutalité progressive des rapports humains ammène à la destruction de n importe quelle manifestation de la sensibilité, à une ville sans musique et à la permanence de l exclusion |
Palavras-chave: | Exclus Espace fictionnel Géographie culturelle Tragique Análise do discurso narrativo Complexidade (Filosofia) na literatura Literatura Filosofia Exclusão social na literatura Cidade de Deus Meu nome não é Johnny Excluídos Espaço ficcional Geografia cultural Trágico |
Área(s) do CNPq: | CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LITERATURA BRASILEIRA |
Idioma: | por |
País: | BR |
Instituição: | Universidade do Estado do Rio de Janeiro |
Sigla da instituição: | UERJ |
Departamento: | Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Letras |
Citação: | PADILHA, Martha Sertã. Meu nome não é ninguém: narrativa sobre excluídos na Literatura Brasileira Contemporânea: Cidade de Deus e Meu nome não é Johnny. 2010. 127 f. Dissertação (Mestrado em Literaturas de Língua Inglesa; Literatura Brasileira; Literatura Portuguesa; Língua Portuguesa; Ling) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6337 |
Data de defesa: | 18-Mar-2010 |
Aparece nas coleções: | Mestrado em Letras |
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