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Tipo do documento: Tese
Título: Evolução paleoambiental holocênica da Baía de Sepetiba, RJ
Título(s) alternativo(s): Holocene paleoenvironmental evolution of Sepetiba Bay
Autor: Pinto, Anita Fernandes Souza 
Primeiro orientador: Martins, Maria Virginia Alves
Primeiro coorientador: Rodrigues, Maria Antonieta da Conceição
Primeiro membro da banca: Bergamaschi, Sérgio
Segundo membro da banca: Machado, Altair de Jesus
Terceiro membro da banca: Carelli, Soraya Gardel
Quarto membro da banca: Clemente, Iara Martins Matos Moreira
Resumo: A Baía de Sepetiba está localizada na região sudeste do Estado do Rio de Janeiro, e assim como outros sistemas costeiros tem sua evolução fortemente relacionada às variações do nível relativo do mar do Quaternário, principalmente no Holoceno (11.000 anos cal. AP - presente). O presente trabalho tem como objetivo principal identificar na região a transição de um ambiente de sedimentação continental, relacionado à expansão das geleiras na Última Glaciação, para um ambiente marinho, que começou a se desenvolver desde o degelo que sucedeu o Último Máximo Glacial, e vem se mantendo desde que o mar atingiu seu nível máximo há ≈7.000 anos AP. Para tal, foram analisados dados sedimentológicos, como granulometria, geoquímicos (COT, enxofre total e carbonatos), mineralógicos (fração fina) e faunísticos as associações de foraminíferos bentônicos. Os dados foram obtidos em três testemunhos: SPT-Furnas (50,00 m de extensão, próximo ao Canal de São Francisco), T4 (286 cm de extensão, na zona interna da Baía de Sepetiba) e T1 (480 cm de extensão, no Manguezal de Guaratiba), e foram tratados estatisticamente por análises multivariadas. Nove datações por 14C foram realizadas, para posicionar cronologicamente os eventos descritos. Os resultados mostram que no testemunho SPT-Furnas foi identificada uma descontinuidade sedimentológica com ≈7.000 anos cal. AP, e que separa dois pacotes sedimentares: um inferior, composto por areias fluviais, depositadas sob condições de alta energia, e um pacote superior de sedimentos silto-lamosos, depositados em ambientes de mar mais alto e sedimentação mais calma, e intercalada por períodos de maior hidrodinamismo. A partir de ≈5.000 anos cal. AP foi possível identificar episódios de maior influência marinha, através de uma fauna de foraminíferos típicos de fundo de baía, tais como Ammonia tepida, A.parkinsoniana, Crobroelphidium excavatum, Pararotalia cananeiaensis, Elphidium spp e Buliminella elegantissima. Estes episódios ocorreram entre: ≈5.000-4.000 anos cal. AP, ≈3.000-2.100 anos cal. AP e ≈2000-500 anos cal. AP. Foram também identificados episódios de menor influência marinha: ≈4.000-3.000 anos cal. AP e ≈2.000-1.500 anos cal AP, estando o último evento referido possivelmente associado a uma ruptura da Restinga da Marambaia. O crescente confinamento foi observado nos três testemunhos e pode ter sido responsável pela ausência da fauna de foraminíferos na zona interna da Baía de Sepetiba nos últimos ≈500 anos cal. AP e pela instalação do Manguezal de Guaratiba nos últimos ≈300 anos cal. AP, evidenciado por uma fauna exclusivamente aglutinante associada a elevados teores de COT e carbonato. A integração dos dados obtidos nos três testemunhos permitiu identificar uma sequência de eventos para os últimos ≈7.000 anos cal. AP na Baía de Sepetiba: (i) um período de transição entre um ambiente de sedimentação continental e um ambiente marinho (≈7.000 6000 anos cal. AP); (ii) o início da influência oceânica a partir de ≈5.000 anos cal. AP, com um crescente grau de confinamento a partir de 3.000 anos cal. AP (após o fechamento da Restinga da Marambaia) e períodos de maior hidrodinamismo; e (iii) o estabelecimento do Manguezal de Guaratiba, relacionado a um grau de alto confinamento do sistema costeiro.
Abstract: The Sepetiba Bay is placed in the southeastern region of Rio de Janeiro State and its evolution is strongly related to the Quaternary sea level variations, especially during the Holocene (11,000 years cal. AP present), similarly as occurred in other coastal systems. The present work aims to identify in the region the transition from a continental environment, related to the glaciers expansion, to a marine environment, which started after the sea level reached its maximum at ≈ 7,000 years AP. For this propose, sedimentological, including granulometry, geochemical (TOC, total sulfur and carbonate), mineralogical (fine fraction) and faunistical (benthic foraminifera) data were acquired. These data were obtained in three cores, named: SPT-Furnas (50.00 m of extension, next to the São Francisco Channel), T4 (286 cm of extension, in the inner zone of Sepetiba Bay) and T1 (480 cm of extension, in the Guaratiba Mangrove), all of them statistically treated by multivariate analysis. Nine 14C dating were performed for geochronological placing of the described events. The results reveal a sedimentological discontinuity of ≈ 7,000 years cal. AP in the SPT-Furnas core which separates two distinct sedimentary packages: the bottom is composed by fluvial sands deposited under high energy conditions, and the top consists of muddy silt sediments deposited under calm and high sea-level, intercalated by periods of higher hydrodynamism. Since ≈5,000 years cal. AP, periods of greater marine influence were evidenced by typical bottom bay-related foraminiferal fauna such as Ammonia tepida, Ammonia parkinsoniana, Crobroelphidium excavatum, Pararotalia cananeiaensis, Elphidium spp and Buliminella elegantissima. These episodes occurred between ≈5,000-4,000 years cal. AP, ≈3,000-2,100 years cal. AP e ≈2,000-500 years cal. AP. There were episodes of lower marine influence: ≈4,000-3,000 years cal. AP and ≈2,000-1,500 years cal AP, the last one related to the Marambaia Restinga rupture. The growing confinement was observed in the three cores and may have been responsible for: (i) the absence of foraminiferal fauna in the inner zone of the Sepetiba Bay in the last ≈500 years cal. AP, and (ii) the emplacement of the Guaratiba Mangrove in the last ≈300 years cal. AP, evidenced by a exclusively agglutinant fauna associated with high TOC and carbonate values. The integration of the data obtained in the three cores allowed to identify a sequence of events for the last ≈7,000 years cal. AP in the Sepetiba Bay: (i) a period of transition between continental and marine environment (≈7,000 6,000 years cal. AP); (ii) the beginning of oceanic influence since ≈5.000 years cal. AP, with a growing degree of confinement since 3,000 years cal. AP (after the closure of the Marambaia Sand Ridge) and greater hydrodynamism; and (iii) the establishment of the Guaratiba Mangrove, related to a higher degree of confinement of the coastal system.
Palavras-chave: Transgression
Holocene
Sepetiba Bay
Foraminifera
Transgressão
Holoceno
Baía de Sepetiba
Foraminíferos
Área(s) do CNPq: CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS
Idioma: por
País: BR
Instituição: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Sigla da instituição: UERJ
Departamento: Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Geologia
Programa: Programa de Pós-Graduação em Análise de Bacias e Faixas Móveis
Citação: PINTO, Anita Fernandes Souza. Evolução paleoambiental holocênica da Baía de Sepetiba, RJ. 2017. 221 f. Tese (Doutorado em Análise de Bacias;Tectônia, Petrologia e Recursos Minerais) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7028
Data de defesa: 21-Fev-2017
Aparece nas coleções:Doutorado em Análise de Bacias e Faixas Móveis



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